A língua espanhola é o resultado de mais de
1000 anos de evolução, nos que as diversas línguas dos habitantes da península
receberam a influência dos romanos e os árabes. Ao final do século XV, com a
união das monarquías de Castela e Aragão, que extenderam seu dominio por grande
parte da península, o castelhano se impulsionou sobre os demais idiomas e
dialetos; ademais cruzou o Atlântico nos barcos dos conquistadores e misioneiros.
A colonização espanhola do
século 16 levou a língua as Américas, aos Estados Federais de Micronesia, Guam,
Marianas, Palaos e Filipinas.
O Latim vulgar que falavam os
exércitos romanos e os colonos na antiga Espanha, foi a base de muitos dos dialetos
que se desenvolveram depois em várias regiões do país durante a Idade Média. O
dialeto de Castela, ou Espanhol de Castela, foi pouco a pouco se transformando
na língua padrão pelo dominio político de Castela no século 13.
A maioria das palavras do
Espanhol são derivadas do Latim, mas algumas vêm de outras línguas
pré-latinas, como o Grego, o Euskera ou o Celta. Com a invasão dos
Visigodos, no começo do século V, algumas palavras de origem Germana também
foram incorporadas. A conquista dos Árabes, 3 séculos mais tarde, introduziu
palavras da língua árabe (algumas facilmente reconhecíveis pelo prefixo
"al").
A influência dos eclesiásticos
franceses do século 11 e dos peregrinos que iam para Santiago de Compostela,
fez com que se incorporassem à língua muitas palavras e frases da língua
francesa. Durante os séculos 15 e 16, devido a dominação da Itália por
parte dos Aragones, a Espanha recebeu também influência da língua italiana
e se viu influenciada pela moda da poesía italiana. A relação da Espanha com
suas colônias permitiu a introdução de novos termos de línguas nativas
americanas e de outras fontes. Os estudos e investigações aumentaram também
consideravelmente as influências de outras línguas.
Na América, os descendentes dos
espanhóis, os espanhóis criolos e os mestiços seguiam utilizando a língua.
Depois de que as guerras da independência liberaram estas colônias no século
19, as elites existentes estenderam o uso do espanhol a toda a população para
reforçar a unidade nacional.
A Real Academia da língua
espanhola se fundou em 1713. Estabelecia os critérios para sancionar os
neologismos e para a incorporação de palavras de âmbito internacional.
A gramática espanhola se
normalizou durante este período e a literatura espanhola foi muito prolífica, devido
a expressão de liberdade que permitia aos escritores e falantes utilizar a
língua sem seguir regras determinadas para a ordem das palavras, criando assim
diversos estilos literários.
O século testemunhou uma grande mudança no uso
do Espanhol. A língua espanhola incorporou muitos neologismos, alimentados
pelos avanços tecnológicos e científicos. Desde os clássicos: termômetro, átomo
e psicoanálisis a os modernos e apenas hispanizados: filmar, radar, casete, PC
e módem.
Dentre as várias línguas faladas,
o espanhol se destaca por ser a segunda língua nativa mais falada no mundo e a
primeira mais falada nas Américas. O Espanhol é muito parecido com o português
e ao mesmo tempo é muito diferente, o que na maioria das vezes causa confusão
durante a tradução.
Muitas pessoas pensam que por
línguas serem parecidas, a compreensão da língua espanhola é muito fácil - se
você sabe falar Português consequentemente sabe traduzir a língua espanhola.
Essa familiaridade entre as línguas gera a maioria dos erros de tradução, pois
há palavras em Espanhol que são escritas exatamente como algumas palavras em
Português, mas apresentam significados distintos.
ESPANHOL X CASTELHANO
Há também muitos que pensam que Espanhol
e Castelhano são línguas totalmente diferentes, mas isto não é verdade.
De acordo com o dicionário normativo da Real Academia Espanhola,
trata-se de termos sinônimos.
As denominações Espanhol e
Castelhano surgiram em épocas diferentes. O termo castelhano é mais
antigo. Ele remonta ao reino de Castela, na Idade Média, quando a
Espanha ainda não existia.
Quando o país começou a se consolidar,
no século 13, o reino de Castela se impôs aos outros territórios da região que
hoje formam a Espanha. Por causa dessa liderança, o Castelhano, um dialeto com
forte influência do Latim, acabou sendo adotado como língua oficial do
novo país em 1492, com a unificação dos reinos que correspondem à Espanha
atual. O termo espanhol procede do latim medieval Hispaniolus,
denominação latina da Península Ibérica Hispânica.
A denominação do idioma como espanhol,
em detrimento da forma castelhano, costuma gerar uma situação
conflituosa. Sabe-se que na Espanha existem outros idiomas, tais como o Galego,
Basco e Catalão. Assim, se você disser que fala Espanhol, pode estar
subentendido que você também fala esses outros idiomas.
De acordo com a Constituição
Espanhola de 1978, o Castelhano é considerado língua oficial em toda
a Espanha, mas nas regiões onde há um idioma próprio, este possui valor
co-oficial. Assim, torna-se possível compreender porque em lugares como na
Catalunha ou no País Basco, por exemplo, o idioma co-oficial é falado no
dia-a-dia.
A razão pela qual alguns países
optam por chamar o idioma de Castelhano e outros de Espanhol pode ser política:
você dificilmente vai ouvir um argentino dizendo que fala Espanhol, já que o
nome remete ao período colonial. Por esse motivo, o termo Castelhano é mais
usado na América do Sul. Já a forma Espanhol é comum no Caribe, no México e nas
áreas de fronteira com outra grande língua, o inglês.
Na Espanha, o uso dos termos depende da
região: no norte, as pessoas referem-se à língua como Castelhano. Na Andaluzia
e nas ilhas Canárias, o idioma é chamado de Espanhol.
Assim como os brasileiros não
falam o português idêntico ao de Portugal, sabe-se que existem variações no
modo de falar dos diferentes povos latino-americanos colonizados pela Espanha,
mas nada que possa fazer-nos considerar qualquer dessas variantes como um
idioma a parte.
Apesar de o espanhol ser um idioma falado em
regiões relativamente distantes, a ortografia e as normas gramaticais asseguram
a integridade da língua. As diversas Academias de Língua Espanhola são
responsáveis por preservar esta unidade. A Espanha elaborou o primeiro método
unitário de ensino do idioma, que é difundido por todo o mundo, através do Instituto
Cervantes.
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